Pesquisa apoiada pelo PIPE FAPESP apresenta resultados sobre o uso do cuidado híbrido para idosos com condição crônica

Journal of Health Informatics (ISSN 2175-4411) publicou em sua primeira edição de 2020, o artigo intitulado “Modelagem de um sistema para o telemonitoramento de idosos com condição crônica baseado em biotelemetria“. O mesmo descreve os resultados de uma pesquisa aplicada apoiada pelo programa PIPE FAPESP. A proposta do projeto foi o desenvolvimento de uma plataforma de biotelemetria baseada em mHealth, tecnologia vestível e algoritmos de análise (analytics) que fosse capaz de realizar o Cuidado Híbrido com o objetivo de atuar na detecção dos pontos de intervenção ou níveis de aplicação das medidas preventivas do processo de saúde-doença do idoso com condição crônica [1].

Cuidado Híbrido é a junção de atividades envolvendo o cuidado digital que pode estar relacionado a um processo automático ou não, onde inclusive se faz uso de equipamentos eletrônicos para medição e comunicação com o objetivo de prover um acompanhamento do usuário em apoio ao cuidado físico (presença física do profissional de saúde). No processo do Cuidado Híbrido, o cuidado digital atua como extensão do atendimento físico presencial. Neste caso, um é complementar ao outro, não importando a proporção do uso de cada um na jornada do cuidado do individuo assistido.

Buscou-se encontrar meios de identificar situações fora de um padrão de normalidade já pré-definida que poderiam estar causando algum tipo de risco ao bem-estar do idoso crônico, como também, aumentar o seu engajamento diante de um tratamento médico. Esse idoso é acompanhado a distância por meio de um dispositivo, no caso um smartwatch ou mesmo smartphone, que se comunica com medidores de forma automatizada (bluetooth) ou manual (imagem digital da medida no display do dispositivo) e com um sistema de cloud computing via sistema 3/4G ou Wi-Fi. Esses medidores são capazes de medir informações fisiológicas, como por exemplo, para hipertensão arterial e diabetes.

Foram modelados protocolos operacionais para nortear os parâmetros das medições e dar suporte ao autocuidado, além de aumentar a sensação de segurança desses idosos. Como consequência direta, houve melhora nos desfechos dos tratamentos inclusive diminuindo a quantidade de idas ao pronto-socorro e de internações hospitalares, além de evitar a realização de exames médicos desnecessários.

Link para o artigo: http://www.jhi-sbis.saude.ws/ojs-jhi/index.php/jhi-sbis/article/view/691

Artigo pioneiro destaca o cuidado híbrido no telemonitoramento de idosos crônicos

Uma das principais revistas de tecnologia em saúde do Brasil, o Journal of Health Informatics, trás na sua quarta edição de 2018, um artigo onde cunha o termo CUIDADO HÍBRIDO. Trata-se da junção de atividades envolvendo o cuidado digital que pode estar relacionado a um processo automático ou não, onde se faz uso de equipamentos eletrônicos para medição e comunicação com o objetivo de prover um acompanhamento do idoso em apoio ao cuidado físico. No processo do cuidado híbrido, o cuidado digital atua como extensão do atendimento físico. Neste caso, um é complementar ao outro, não importando a proporção do uso de cada um, no processo de cuidado do individuo assistido.

O artigo intitulado “Avaliação de tecnologia de telemonitoramento e biotelemetria para o cuidado híbrido para o idoso com condição crônica” descreve um trabalho de pesquisa que versou sobre a avaliação da aplicação, usabilidade e o impacto diário junto a um grupo de idosos com condição crônica de uma plataforma de cuidado digital associado ao cuidador físico em uma instituição de longa permanência.

A atividade foi realizada introduzindo na jornada diária do idoso, a medição da pressão arterial e o acompanhamento por uma central de atendimento. Os dados foram adquiridos por meio de um smartwatch com acesso a Internet e de um medidor de pressão com bluetooth. Posteriormente, esses dados foram analisados e conforme o resultado foi gerado uma intervenção. A experiência obtida com o teste permitiu elencar fatores relevantes relacionados à usabilidade, processo de medição, engajamento do grupo de idosos e entender a relação entre os cuidador digital e o cuidador físico.

O trabalho permitiu entender a rotina utilizada no processo da adoção por parte dos idosos participantes junto ao sistema de cuidado híbrido. Além disso, foi possível observar razões para concluir que é positiva a aplicação desse tipo de tecnologia para acompanhar se o idoso está aderindo ao tratamento medicamentoso, evitando, por exemplo, idas desnecessárias ao pronto socorro ou pronto atendimento.

Link para o artigo: http://www.jhi-sbis.saude.ws/ojs-jhi/index.php/jhi-sbis/article/view/602

Como aumentar a capacidade de um hospital sem adicionar um tijolo?

A falta de leitos nos hospitais é uma dor crônica na saúde, especialmente no SUS.

Ele já tomou todos os tipos de remédios e o único tratamento possível parece ser a construção de cada vez mais de leitos. Será mesmo?

Para aumentar a capacidade de absorção de pacientes em um hospital a única solução parece depender de investimentos gigantescos: construir alas, leitos, blocos, contratar equipes, novas infraestruturas e por aí vai.

Mas hoje, com o uso de algumas. tecnologias relativamente baratas, associado à capacitação de equipe multidisciplinar, é possível aumentar virtualmente um hospital sem precisar colocar um único tijolo. Como? Associando o digital à saúde.

Mas hoje, com o uso de algumas. tecnologias relativamente baratas, associado à capacitação de equipe multidisciplinar, é possível aumentar virtualmente um hospital sem precisar colocar um único tijolo. Como? Associando o digital à saúde.

Como os hospitais de hoje funcionam?

A operação de um serviço de saúde hoje é baseada na busca direta pela doença. Exceto ambulatórios, onde vemos sinais incipientes de linhas de cuidados, o restante funciona estruturado sob a doença.

O universo de funcionamento dos hospitais fica restrito a esse perfil de paciente, tendo também a sazonalidade com um inimigo para os bolsos dos serviços privados. Com menos paciente no pronto socorro, a saída acaba sendo a complementariedade inadequada do serviço: manter o paciente mais tempo internado, solicitação excessiva de exames, tratamentos muitas vezes mal indicados… é o moto perpétuo de problemas na saúde privada que, no final das contas, continua entregando uma forma errada de assistência ao paciente .

Ao nível do SUS, o gargalo para acesso ao serviço terciário se torna maior, uma vez que a taxa de esvaziamento hospitalar é baixíssima. Esse represamento gera gastos estratosféricos em todas as esferas da saúde, sobrecarga de serviços e cronificação de situações que seriam sanadas se atendidas no tempo adequado.

Ao nível do SUS, o gargalo para acesso ao serviço terciário se torna maior, uma vez que a taxa de esvaziamento hospitalar é baixíssima. Esse represamento gera gastos estratosféricos em todas as esferas da saúde, sobrecarga de serviços e cronificação de situações que seriam sanadas se atendidas no tempo adequado.

Pensando fora da caixa: os cuidado híbridos

Criar um programa de observação em casa é uma saída simples que, combinando consultas presenciais e telemedicina, é possível fazer com que o sistema de saúde possa atender esses pacientes com segurança em casa.

Veja como:

Um pronto socorro identifica um paciente que normalmente seria internado no hospital para observação e ocuparia um leito. Se esse paciente atender aos critérios estabelecidos pelo programa de vigilância remota, eles iniciam o acompanhamento já no pronto atendimento e o paciente é enviado para casa. Estruturados com uma central de telessaúde, é feito um acompanhamento pela equipe multidisciplinar conforme cada perfil de paciente.

Além desses casos que passaram pela consulta do PA e gerariam “internamento de observação”, os médicos hospitalistas também pode incluir aquele paciente internado que ficaria um ou dois dias a mais somente para o acompanhamento final, aguardando resultado dos exames ou para avaliação de resposta a um novo tratamento.

Com o auxilio de uma central de vigilância, na qual toda a equipe de saúde pode participar, é feito a observação digital em casa desses pacientes que se enquadram no programa. Usando a telessaúde e, em alguns casos, profissionais de visita domiciliar (Tec. enfermagem / Enfermeiro), servidos de equipamentos multiparamétricos, o atendimento ocorreria com segurança no conforto da casa do paciente por meio de uma visita domiciliar que é transmitida em tempo real para a central.

O profissional da saúde que permanece no local, pode ajudar em certos aspectos da avaliação clínica que às vezes não podem ser feitos por vídeo de telemedicina, como auscultar e realizar avaliação física do paciente, podendo ir além, como coleta de exames laboratorias e administrar medicamentos intravenosos e orais, caso necessário.

Não é um serviço de Home-care, mas sim, uma extensão do atendimento hospitalar de forma híbrida, podendo ser usado no lugar da admissão do paciente no pronto-socorro em um leito de observação hospitalar e na alta antecipada. Em um programa como esse, todos os aspectos assistenciais básicos poderiam ser contemplados em até 5 dias.

Cuidado híbrido é cuidado seguro

Esse sistema de observação em casa é um programa simples que mostra como, por meio de uma combinação de consultas presenciais e telemedicina, o sistema de saúde pode atender uma boa parcela de pacientes com total segurança na questão assistencial em casa.

Sinais de possível sucesso

  1. Manter o paciente em casa, ao invés do pronto-socorro
  2. 2. Redução das taxas de readmissão em 30 dias
  3. 3. Mitigação do problema relacionado a não adesão ao tratamento, um dos principais causadores de reinternamento.
  4. 4. Aumento da capacidade de atendimento dos hospitais de forma virtual, com crescimento no faturamento, e ROI expressivo.
  5. 5. Aumento de disponibilidade de leitos de pronto socorro e internamento para casos mais complexos.
  6. 6. Por meio da coordenação do programa de telemedicina em conjunto com as visitas presenciais, pode-se entregar qualidade assistencial em casa.
  7. 7. Uso racional de recursos, tornando o programa mais sustentável

‌ Quanto mais o perfil dos pacientes é conhecido pela instituição, mais fácil é fazer campanhas efetivas e oferecer serviços que, realmente, atendem o seu público. O hospital digital exige mudanças importantes nesse sentido, e é preciso existir uma sinergia com a revolução digital na saúde para que os seus benefícios sejam realmente obtidos.

E aí, o que acham da idéia?

Fonte: https://digital.futurecom.com.br/especialistas/como-aumentar-capacidade-de-um-hospital-sem-adicionar-um-tijolo

Impactos do cuidado híbrido na era da saúde digital

Estamos em um momento único na história da Medicina, com a convergência de genômica, biossensores, registro eletrônico de pacientes e aplicativos de smartphone, ligados a uma infraestrutura digital, com inteligência artificial para dar sentido à enorme quantidade de dados criados”. Essa afirmação de Eric Topol, médico e fundador do Scripps Research Translational Institute nunca foi tão verdadeira. No entanto, estamos ainda a caminho dessa realidade, reinventando a saúde para torná-la sustentável. 

Um dos maiores desafios para sustentabilidade em saúde é cumprir o Triple Aim do Institute for Healthcare Improvement. Trata-se de uma abordagem sugerida para otimizar o desempenho dos sistemas de saúde e preconiza que as iniciativas em saúde devem buscar simultaneamente três dimensões: melhorar a experiência de atendimento do paciente (incluindo qualidade e satisfação), melhorar a saúde das populações, e por fim, reduzir o custo per capita dos cuidados com saúde.

Tem sido um desafio para os sistemas de saúde alcançar esse resultado. A Atenção Primária em Saúde (APS) está em foco, por meio do atendimento das populações de modo preventivo, integrado e contínuo, com o objetivo de garantir a sustentabilidade do sistema. Por outro lado, a medicina personalizada vem ganhando força e novas tecnologias para gestão de saúde populacional certamente irão modificar a relação médico/paciente. Nesse contexto, observamos a ascensão da Medicina 4P – Preventiva, Preditiva, Personalizada e Participativa.

Seja qual for o cenário, APS ou Medicina 4P, o fator comum é a enorme e crescente quantidade de dados que essas populações estão produzindo. Os dados estão vindo de inúmeras fontes como biossensores, registro eletrônico de pacientes, IoT, aplicativos de smartphone e outras. Desta forma, fica claro que os sistemas de saúde precisam reinventar sua relação com seus pacientes, o que inclui levar em consideração a quantidade crescente de dados que eles produzem, além de envolvê-los em seu próprio monitoramento e cuidado. 

As tecnologias digitais estão modificando drasticamente o setor de saúde, oferecendo serviços cada vez mais centrados no paciente e com custos cada vez mais acessíveis. O conceito de cuidado híbrido aparece como ponto chave de conexão entre o cuidado digital e a equipe de saúde, mantendo o paciente no centro do cuidado e atuando como extensão do atendimento físico. Neste caso, um é complementar ao outro, não importando a proporção do uso de cada um, no processo de cuidado do indivíduo assistido.

Como fica a gestão de saúde populacional nesse novo contexto?

Nesse cenário fica evidente que a quantidade de dados vai aumentar de forma exponencial, e que poderemos usar a tecnologia e a inteligência artificial como fortes aliados na captação, interpretação e como braço executor para o cuidado híbrido dessas populações. 

Para escalarmos o acesso aos cuidados de saúde, a tecnologia como ferramental, pode ser uma aliada importante para ajudar o paciente a lidar com as necessidades simples de seus cuidados, dando mais autonomia, principalmente onde não ofereçam risco. Essas ferramentas podem ser uma porta de entrada para hierarquizar e escalar à equipe de saúde e, por fim ao médico, o que não pôde ser resolvido nas etapas anteriores.

O conceito de gestão de saúde populacional envolve a coordenação de todos os diferentes serviços e profissionais que assistem o paciente – médicos, enfermeiros, farmacêuticos, clínicas, hospitais, organizações comunitárias, técnicas de mudança de comportamento etc. Não podemos mais pensar a saúde coordenada sem o cuidado híbrido e a inclusão de ferramentas tecnológicas disponíveis. Isso facilitará as interações dos pacientes com o sistema de saúde e melhorará os desfechos em saúde.

Mas como tratar o fluxo de dados envolvendo o paciente?

Nem todas as informações precisam chegar ao médico, muito menos em tempo real. Há protocolos que começam com o paciente, passam pelo enfermeiro, e dependendo da complexidade, chegarão ao médico. O desafio está em definir quais dados podem ser agrupados em um relatório que pode ser gerado a cada período de tempo, e quais justificariam uma atenção imediata da equipe de saúde. 

A decisão é clínica e não técnica, e não pode ser baseada apenas na facilidade em transmitir o dado, pois geraria aumento desnecessário do fluxo de informações, e consequente confusão na necessidade de intervenção. É preciso hierarquizar o cuidado:

  • Primeiro, definir quais cuidados podem ser realizados em um primeiro nível, pelo paciente, talvez com algum suporte automatizado;
  • O segundo nível pode ser tratado pela equipe de saúde, como, por exemplo, avaliação do valor da pressão arterial ou da glicemia capilar medida pelo paciente naquele momento; 
  • O que não for resolvido pelos níveis anteriores seria encaminhado ao médico.

A comunicação adequada é a chave. As informações de saúde não são simples de serem interpretadas pelo paciente. A comunicação clara é essencial para capacitar os pacientes. Isso impõe a necessidade de fornecer informações de uma maneira simples e fácil de entender, e que forneçam orientações sobre como utilizá-las na prática, ou seja, o que fazer com elas quando são coletadas.

Como envolver os pacientes em seu próprio cuidado?

Além de fornecer feedback e educação, é preciso tornar mais lúdico o cuidado com a saúde. Mas, a novidade, além da eficácia, pode desaparecer rapidamente. Portanto, os incentivos são importantes. As redes sociais dos pacientes podem ser uma ferramenta de engajamento eficaz. Muitos pacientes têm pelo menos um amigo ou membro da família que estaria disposto a ajudá-los a melhorar sua saúde e apoiá-los em seus objetivos. Além disso, mudar o contexto das rotinas dos pacientes, propiciando escolhas mais automáticas, baseadas em neurociência, podem ajudar neste processo. 

Importante: Foco na experiência do usuário!

Pesquisa da PwC – Global Consumer Insights Survey 2019 – confirma que os consumidores estão cada vez mais dispostos a se envolver em atividades não tradicionais online. Essa tendência é especialmente notável nos serviços de saúde, onde quase dois terços da nossa amostra global disseram que estão dispostos a acessar serviços por meio de empresas que não são normalmente associadas à saúde, como Amazon, Apple e Facebook. 

A mistura entre elementos físicos e humanos com interações digitais pode resultar em melhores experiências para o usuário, especialmente em situações onde há necessidade de explicação ou personalização. As empresas podem criar oportunidades, aumentando a interação da pessoa com o conteúdo digital, antes, durante e depois de uma interação presencial. Por fim, projetar essas experiências combinadas é uma das maiores oportunidades para impulsionar o retorno sobre a experiência do usuário! 

Fonte -> https://saudedigital.tech/impactos-do-cuidado-hibrido-na-era-da-saude-digital/

Cuidado híbrido é a resposta para a melhoria da jornada do paciente

Nos últimos anos, houve uma onda crescente de exemplos de aplicativos para celular, dispositivos de IoT (Internet of Things, ou internet das coisas) para telemonitoramento e sistemas para acom­panhamento de pacientes – de crônicos a idosos, passando por gestantes e crianças. Alguns, inclu­sive, traziam algoritmos de teletriagem baseados em inteligência artificial, integração com sistemas de gerenciamento de pacientes, emprego do What­sapp e redes sociais, medidores com wireless, etc. Se esse mercado no Brasil fosse simples, no entanto, as primeiras empresas e startups que propuseram esse tipo de solução há quase 10 anos já teriam tido sucesso comercial.

O que aconteceu foi diferente: uma grande quan­tidade desses negócios acabou pivotando ou nem existe mais. Enfim, não tiveram sucesso nesse nicho de mercado. Ainda há tentativas de promover esse tipo de solução chegando ao mercado brasileiro a cada três ou quatro meses, principalmente oriun­das de empresas lideradas por empreendedores da área de tecnologia.

Provavelmente, esses empreendedores não devem ter observado que o problema não é uma questão técnica nem ligada a um modelo de negócio errado. Os fracassos ocorrem porque não se vislumbrou uma importante contribuição para a jornada do paciente ou usuário. E se essa jornada não foi corretamente modelada, um nível adequado de adesão à solução digital dificilmente ocorrerá com o passar do tempo.

Na busca por modificar o quadro de não adesão, cientistas da área de informática em saúde começaram a estudar possíveis conceitos que permitissem ampliar a jornada do paciente para além da presença física do profissional de saúde, promovendo uma continuidade do cuidado – mesmo com o paciente retornando para sua casa e retomando suas rotinas diárias.

O QUE É CUIDADO HÍBRIDO?

Em 2018, foi cunhado pela primeira vez o termo “Cuidado Híbrido”, do inglês blended healthca­re ou blended care. Em linhas gerais, o cuidado híbrido se baseia na junção de atividades envol­vendo o atendimento presencial e o cuidado digital para prover o acompanhamento do paciente no seu autocuidado.

O conceito foi baseado em um artigo publica­do na “Harvard Business Review” pelo professor Ph.D. Darryl Rigby. No artigo, ele comenta sobre o fenômeno “fisital” – que associa ao aprendizado de empresas que ignoraram o movimento digital e de empresas que concluíram que o mundo digital acabaria com suas posições.

As duas visões estavam equivocadas. Ou seja: cada vez mais as empresas precisarão ter seus modelos de relacionamento com o cliente e com o mercado contemplando esses dois ambientes: offline e onli­ne. Baseada nesse entendimento é que foi proposta a aplicação de um método empregando o cuidado digital associado a um cuidado físico.

Isto é, a junção de atividades envolvendo o cuidado digital – que pode estar relacionado a um proces­so automático ou não (como o uso de dispositivos eletrônicos para medição e comunicação wireless) – com o objetivo de prover um acompanhamento do paciente em apoio ao cuidado físico.

No cuidado híbrido, a plataforma digital atua como extensão do atendimento físico. Um é complementar ao outro, não importando a proporção do uso de cada um durante o processo de cuidado do indi­víduo assistido.

COMO TELESSAÚDE E TELEMEDI­CINA SE LIGAM AO CONCEITO

O cuidado híbrido tem como objetivo modificar positivamente tanto a jornada do paciente quanto a intervenção na sua experiência com relação ao seu cuidado contínuo. Funciona como uma ponte entre a prestação tradicional de assistência presencial e as soluções de saúde digital.

Esse cuidado se apoia no uso de plataformas ba­seadas em biotelemetria e telemonitoramento ativo, cuja inspiração advém da utilização de protocolos de classificação de pacientes, como é o caso do protocolo de Manchester.

A biotelemetria é uma área advinda da engenharia biomédica cuja definição é a transmissão de sinais biológicos, fisiológicos e de comportamento de uma localização remota para uma localidade com capacidade de receber e analisar os dados. O propósito desse monitoramento a distância é gerar evidências – e, posteriormente, intervenções baseadas nessas evidências.

Essas plataformas geram uma grande massa de dados que permitem identificar padrões de comportamento e, com isso, promover uma melhor gestão da condição de saúde de forma individual – ou perso­nalização do cuidado.

O conceito está intrinsicamente ligado à telessaúde e telemedicina. A Organização Mundial da Saúde (OMS) define telessaú­de como “o uso de Tecnologias de Infor­mação e Comunicação (TIC) para prestar serviços de saúde a distância”. E define tele­medicina como “a oferta de serviços ligados aos cuidados com a saúde nos casos em que a distância é um fator crítico”.

A telemedicina é dividida em diversas subáreas ou modalidades conforme a aplicação, que vão desde telediagnóstico, telecirurgia, teleconsulta, teleinformação, telereabilitação, teleassistência e telemo­nitoramento – e passando por teletriagem, teleorientação, teleinterconsulta, entre ou­tras denominações que vão surgindo até mesmo na literatura cinzenta.

DEFININDO PADRÕES

O cuidado híbrido também está alinhado com as ten­dências mundiais de aplicação de mHealth, o uso de tecnologias móveis e sem fio, como smartphones, smar­twatchs, dispositivos de telemonitoramento de pacientes, assistentes pessoais digitais e aplicativos de softwares móveis (apps), para apoiar a realização dos objetivos da área de saúde.

Por sua vez, mHealth é um subconjunto de eHealth (saú­de digital). De posse de um smartphone conectado na internet, os pacientes poderão transmitir suas medidas fisiológicas, biológicas e de hábitos durante os diversos momentos da sua rotina diária (dormir, caminhar, tra­balhar, descansar e interagir socialmente). Ao analisar esses dados no tempo (data e horário), é possível identi­ficar determinados tipos de padrões de comportamento.

Neste cenário de aplicação de tecnologias, as soluções de prestação de serviço de saúde baseadas em cuida­do a distância promovem um impacto positivo junto aos pacientes. Entende-se que associar a coordenação do cuidado em saúde com ferramentas tecnológicas baseadas em saúde digital para promover o cuidado híbrido reflete, inclusive, uma necessidade para esse atual período de pandemia que o Brasil e o mundo se encontram.

É notório o entendimento de que os extremos podem não ser a melhor solução quando envolvem seres hu­manos. Nesse sentido, 100% de uma solução digital não conseguiram superar a barreira de uma adesão adequada, enquanto 100% usando somente o cuidado físico não se mostraram financeiramente sustentáveis em um país continental como o Brasil.

Diante disso, por que não buscar o equilíbrio tra­zendo as melhores práticas de ambas as abordagens? Quem sabe não chegou a hora de misturar? Agora é ver para crer!

Fonte -> https://medicinasa.com.br/antonio-valerio-netto/

TR Q+A: Ana Vicenzi – Tecnologia: uma commodity para a saúde

Além de garantir maior flexibilidade e autonomia aos beneficiários, novas tecnologias estão sendo criadas para apoiar decisões médicas, resgatar o modelo de saúde preventiva e aprimorar os cuidados com pacientes idosos e pessoas com doenças crônicas. Mas, como em qualquer jogo, há sempre desafios. No caso da digitalização da saúde, os principais são os de infraestrutura, governança, comunicação, custos e, obviamente, a aplicação da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).

Em entrevista à MIT Technology Review Brasil, a especialista em gestão e inovação em saúde Ana Vicenzi avalia que a tecnologia é como uma commodity, mas que as particularidades da área dificultam a implementação de soluções, mesmo para a iniciativa privada. A médica, que integra o Conselho de Ética da Prevent Senior, destaca que a transformação digital no setor exige a personalização de soluções e a participação do ecossistema como um todo.

“Eu enxergo, sim, a tecnologia com uma solução e como uma das principais ferramentas para trazer mais sustentabilidade para o sistema, mas ainda temos um longo caminho para percorrer porque, apesar de a tecnologia ser commodity, essas commodities ainda precisam ser muito personalizadas e muito pensadas dentro da saúde”, afirma.

MIT Technology Review Brasil: Quais são os principais desafios para a digitalização da saúde do ponto de vista de sustentabilidade dos planos?

Ana Vicenzi: Hoje, nós temos aproximadamente 6 mil hospitais no Brasil e um gasto com saúde envolvendo o mercado público e privado de cerca de 10% do nosso Produto Interno Produto (PIB). Para efeito comparativo, esse percentual foi próximo a 9,5% em 2018. Então, nós investimos uma parcela significativa do nosso PIB em saúde. Extrapolando um pouco mais para a saúde suplementar, temos 25% da nossa população coberta por planos de saúde, principalmente profissionais com registro em carteira. São planos mais voltados para grandes empresas que atendem seus colaboradores.

Existem entraves na área de cultura, de infraestrutura tecnológica e redes, de interoperabilidade [capacidade de um sistema se comunicar com o outro de forma transparente], de governança, de estratégia e de modelos de pagamentos. Se eu fosse elencar os dois principais problemas na saúde suplementar, ressaltaria o de interoperabilidade e do modelo de pagamento. Acredito que eles sejam responsáveis por boa parte dos fatores que dificultam a sustentabilidade do sistema.

Então, nós temos um cenário hoje de abundância tecnológica gerando novos modelos de negócio e esses modelos de negócios gerando novas maneiras de se fazer gestão. Participei recentemente de uma mentoria no Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e questionei como a tecnologia pode trazer sustentabilidade à saúde suplementar. Se a tecnologia é commodity por que ainda é tão cara? Por que é tão difícil digitalizar o setor?

Em minha avaliação, a saúde não é ‘um mais um igual a dois’. Nós não temos um negócio previsível e objetivo. Segundo ponto: a transformação digital desse setor envolve a participação de diversas pessoas e a utilização de tecnologias de diferentes áreas em hospitais, como a financeira, a de gestão e a de varejo. Por isso, é necessário customizar soluções, o que gera um aumento de custos. Eu enxergo, sim, a tecnologia com uma solução e como uma das principais ferramentas para trazer mais sustentabilidade para o sistema, mas ainda temos um longo caminho para percorrer porque, apesar de a tecnologia ser commodity, essas commodities ainda precisam ser muito personalizadas e muito pensadas dentro da saúde.

MIT Technology Review Brasil: Quais soluções tecnológicas você destacaria como mais relevantes para o setor?

Ana Vicenzi: As principais inovações que estão sendo desenvolvidas e que trazem novidades para a saúde suplementar, sem dúvida, são as de gestão e de prontuário eletrônico. É interessante comentar como os prontuários vêm se modernizando com a inteligência artificial, trazendo ferramentas de apoio à tomada da decisão, convidando a equipe médica para apoiar a prescrição, a melhorar as interações medicamentosas e a identificar padrões.

Nós temos também a telemedicina, que é a minha grande paixão. Hoje, nós trabalhamos com inovação aberta, então, a saúde complementar procura trazer startups e outras empresas para ajudar a fazer os processos. Nós vemos que as áreas em que as startups mais se desenvolvem são as que a saúde suplementar mais demanda, porque é onde existe maior demanda do mercado. A telessaúde como um todo vem crescendo muito dentro da saúde suplementar. É importante entender a telemedicina como uma porta de entrada digital para o serviço de saúde. Essa é uma das grandes inovações para a saúde suplementar.

E, paralelamente à telemedicina, nós precisamos falar dos dispositivos médicos. Com o envelhecimento populacional e necessidade de ampliação dos cuidados com os doentes crônicos, nós vamos precisar criar mais maneiras de parametrizar, medir e acompanhar esses pacientes a distância. Então, a telemedicina e esses devices médicos, com certeza, não são só grandes promessas, mas o caminho a ser seguido tanto na saúde pública quanto na saúde suplementar.

MIT Technology Review Brasil: Como a medicina preventiva voltou a ganhar espaço no país em meio ao avanço tecnológico?

Ana Vicenzi: Eu vejo a medicina preventiva se destacando entre as principais tendências para a área da saúde. Em Portugal, por exemplo, a pessoa tem um médico para cuidar [do todo], um médico da família que conhece sua história. No Brasil, nós temos a tendência de ir direto ao especialista. E o paciente fica picotado, né? O neurologista vê a cabeça, o ortopedista vê o quadril, vê o joelho, o cardiologista vê o coração e ninguém enxerga o paciente como um todo.

A prevenção à saúde reforça a necessidade de um médico capaz de fazer essa interface com as outras especialidades e trabalhar em uma saúde mais cautelosa, com teste genético para identificar o que esse paciente tem, a qual fármaco esse paciente responde ou não, qual a probabilidade desse paciente ter um Alzheimer. Claro que cada operadora trabalha isso de uma maneira, mas se não focarmos em medicina de precisão, não melhorarmos a nossa tomada de decisão, não conseguiremos trazer sustentabilidade para o sistema.

Outra tendência é entender a telemedicina não só como uma plataforma de interface, com o médico de um lado e o paciente de outro, mas como uma saúde híbrida. Entender todas essas interfaces e possibilidades de contato que a telessaúde nos dá, começando pela porta de entrada digital do sistema. Se hoje eu faço reuniões 100% virtuais, apago as luzes da minha casa por inteligência artificial e peço comida por aplicativo, por que eu tenho que carregar dez folhas de documentos para autorizar um procedimento? Por que eu preciso ligar para agendar uma consulta ou exame? O paciente digital exige uma saúde suplementar digital, então, nós precisamos criar portas de entrada e trazer tecnologia para a enfermagem, para a fisioterapia, para a UTI e para o ambulatório. Nós precisamos entender a telemedicina não como algo separado, mas como parte integral do modelo de cuidado híbrido.

MIT Technology Review Brasil: Mas, para que esse tratamento integrado de fato funcione, os dados dos pacientes também precisam estar integrados. Existem avanços na interoperabilidade de informações?

Ana Vicenzi: Esse é outro desafio. Estamos falando do open health, que tem como objetivo compartilhar os dados médicos com os pacientes e com as outras instituições de saúde. E isso pode fazer com que a gente cuide melhor dos pacientes porque, da mesma maneira que esse paciente não pode ter o tratamento picotado, nós também não podemos picotar os dados dele. Nós precisamos fazer com que todos os médicos acessem os dados, inclusive o próprio paciente, que é o dono da informação. Então, se ele for a um convênio, a um médico particular ou ao Sistema Único de Saúde (SUS), esses dados precisam estar integrados.

A questão é que não sabemos ainda como conectar todos esses sistemas de maneira segura. Você imagina o quão desafiador é a questão da segurança digital, da segurança cibernética, para a LGPD? Quando fiz a minha primeira especialização e trabalhei em um posto de saúde, lembro que recebemos um paciente com seis ultrassonografias de abdômen porque ninguém sabia, de fato, o que estava acontecendo com ele. Que dor abdominal era aquela que nós, de fato, estávamos investigando? Quantas pessoas, como aquele paciente, fizeram exame para uma dor abdominal e o quanto isso gerou de desperdício para o sistema?

MIT Technology Review Brasil: Para finalizar, como você enxerga a saúde suplementar para o ecossistema de saúde como um todo?

Ana Vicenzi: Eu gosto muito do SUS e já fui médica do sistema. Então, eu sei que o SUS tem muitos pontos positivos para a população, principalmente em relação a vacinas. Também destaco a parte oncológica, de hemodiálises e as regulações do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). Tem muita coisa boa no SUS. No entanto, o sistema precisa ser repensado em alguns aspectos, como o de tentar ofertar tudo para todos e deixar de oferecer o que é importante para quem realmente precisa. Esse é um assunto muito delicado. E é aí que a saúde suplementar tem um papel muito importante: o de trazer um modelo de cuidado mais especializado e inovador. Tanto a saúde suplementar quanto os consultórios populares ajudam a democratizar e a impulsionar o ecossistema de saúde como um todo. Esses serviços acabam complementando e reduzindo as filas do SUS, que hoje são bastante extensas.

Fonte: https://mittechreview.com.br/tr-qa-ana-vicenzi-tecnologia-uma-commodity-para-a-saude/

Telessaúde – Quais São os Modelos de Serviços Que o Terapeuta Pode Fazer com a Telessaúde

Terapeuta,  você sabe quais os tipos de atendimentos você pode fazer?

Bom, nesse texto vou te mostrar os tipos de atendimentos que foram regulamentados e agora permitidos em diversas áreas da saúde.

Há pouco mais de 2  anos o atendimento à distância com apoio da tecnologia se tornou uma realidade para grande parte dos profissionais da saúde e seus pacientes. 

Esse formato de atendimento possibilitou, em meio ao caos da pandemia, que as pessoas que precisavam  pudessem continuar recebendo assistência  da maneira mais segura possível.

Passado o período mais crítico da pandemia, os atendimentos presenciais voltaram, mas muitos profissionais seguiram atendendo nessa modalidade. Hoje em dia nós encontramos médicos em diversas especialidades atendendo online, fonoaudiólogos, psicólogos.

Muitos profissionais e pacientes se adaptaram a esse formato de atendimento, que foi acelerado pela pandemia e que hoje continua sendo realidade em vários setores da saúde,  diminui barreiras geográficas e amplia as possibilidades de atendimentos. 

Cada profissional tem autonomia e independência para determinar quais clientes ou casos podem ser atendidos ou acompanhados em telessaúde e essa decisão deve ser baseada sempre no benefício e segurança dos seus clientes.

Portanto, existem casos em que se faz necessário atendimento presencial.

Em telessaúde o profissional  pode optar pelo atendimento síncrono, assíncrono ou híbrido.

 E eu vou te contar a diferença entre eles.

 A modalidade Síncrona: É qualquer forma de comunicação a distância realizada em tempo real. Você, terapeuta  e o paciente vão estar  interagindo em tempo real.

– Assíncrona: qualquer forma de comunicação a distância não realizada em tempo real. Nesse caso inclui vídeos pré gravados, arquivos de dados, fotos, imagens, comunicações eletrônicas, como plataformas digitais,  mensagens de texto ou correspondências por e-mail.

E nós temos também o cuidado híbrido, que pode ser a mistura de atendimento síncrono e atividades envolvendo a modalidade assíncrona, com uso de recursos tecnológicos para monitoramento da saúde a distância.

Podemos também  utilizar o termo cuidado híbrido para os casos em que se faz o atendimento presencial incluindo  modalidades da teleconsulta , como síncrono e/ou assíncrono. Exemplo, se o profissional realiza as avaliações presenciais e depois segue o acompanhamento por teleconsulta síncrona ou assíncrona. Ou o profissional que faz os atendimentos presenciais, mas utiliza recursos digitais para o monitoramento a distância

O cuidado híbrido, associando soluções de prestação de serviço de saúde baseadas em cuida­do a distância com a prestação tradicional de assistência presencial impacta positivamente a jornada do paciente no que se refere ao cuidado contínuo.

Com a teleconsulta, precisamos manter a mesma qualidade de um atendimento presencial, ter o consentimento do paciente ou responsável, ser algo combinado entre todos,  e preparar o material de acordo com a realidade de cada família, utilizar de estratégias diferentes para alcançar os objetivos do tratamento .

E como pode ser feita essa teleconsulta?

Podemos utilizar plataformas seguras para fazer esse atendimento online, como skype, zoom, meet.

Aqui é muito importante que caso você ainda não tenha utilizado essas plataformas, faça um teste antes sem o paciente, abra a plataforma, veja como funciona, assim você fica mais confiante e passa as orientações aos pacientes ou responsáveis com segurança.

Mas e como ficam as informações dos atendimentos?

Tudo se mantém de forma confidencial, garantindo a privacidade de cada paciente.

Você pode utilizar uma plataforma para compartilhar os materiais de forma segura, como fotos e vídeos. O Mais Terapias tem essa funcionalidade de compartilhamento de informações, onde o paciente, a família, o terapeuta e também a equipe que esteja envolvida no atendimento, tenham acesso às informações e materiais para evolução do paciente, tudo de forma a garantir a segurança de todos documentos e possibilitar um cuidado integrado.

E como faço os registros do prontuário?

Você precisa manter o registro em prontuário  da mesma forma que o presencial, guardar as informações e registrar que foi realizada uma teleconsulta.

 Veja aqui como você pode organizar o prontuário de maneira fácil e prática.

O atendimento por teleconsulta amplia a nossa área de atuação, alcança mais pessoas que muitas vezes precisam de atendimento em determinada área, mas tem dificuldade de encontrar o profissional especialista na sua região. 

Seguindo as recomendações de cada conselho profissional, com ética e respeito a cada cliente e suas demandas, é possível desenvolver um trabalho tão excelente quanto é desenvolvido presencialmente. 

Fonte: https://www.maisterapias.com.br/telessaude-quais-sao-os-modelos-de-servicos-que-o-terapeuta-pode-fazer-com-a-telessaude/

4 tendências tecnológicas na saúde para 2022

Em 2021 registramos uma explosão de investimentos no setor de saúde, algo nunca visto neste mercado. Segundo dados da Startup Health, o ano de 2021 contabilizou US$ 44 bilhões investidos, um crescimento de 20 vezes se compararmos os últimos 10 anos.

Mas engana-se quem pensa que esses investimentos foram somente nos Estados Unidos, até então o polo de saúde digital no mundo. No ano passado, grandes quantias também foram investidas em outros mercados, como no Brasil, exemplos da Sami e Alice para ganharem relevância no competitvo mercado de planos de saúde, bem como em aquisições e consolidação de grandes marketplaces e softwares de saúde na Europa, como o investimento da Docplanner (Doctoralia no Brasil) adquirindo a Jameda para entrar no mercado alemão onde a rival francesa Doctolib atuava.

Há anos a digitalização da saúde é esperada, e com tecnologia, empresas e profissionais de saúde mais preparados, tudo indica que 2022 será um dos anos mais intensos para as healthtechs.

Confira abaixo, destaco as principais tendências para o ano que está começando:

Novos wearables para monitorar nossa saúde

O mercado de wearables continua crescendo e, com a aceleração da digitalização da saúde por causa da pandemia, tudo indica que essa tendência seguirá forte.

Muito se esperava do Apple Watch Series 7 para 2021 do ponto de vista de novos sensores, porém o lançamento decepcionou. Para esse ano, quatro diferentes sensores são expeculados, de glicemia, pressão arterial, monitoramento de apnea e de temperatura, sendo o último também relacionado com os rumores de que a Apple pretende investir mais em saúde da mulher e fertilidade.

A gigante farmacêutica Abott também deu sinais de que pretende continar investindo em biowearables, conforme declarações do CEO da empresa, Robert B., durante a Consumer Electronics Show, realizada no comeco de janeiro em Las Vegas, nos Estados Unidos. O executivo mencionou que seus wearables, além de ajudar pessoas com diabetes, também apoiarão atletas profissionais em melhorias de performance que podem ser alcançadas mediante o monitoramento de diferentes sinais do corpo, como glicose, cetonas e ácido láctico.

O lançamento e a popularização de novos wearables de saúde também aumentam a prática de biohacking não somente entre atletas, mas também com a população de maneira geral.

Registros médicos digitais

A telemedicina se tornou um item básico em 2021. Todos os grandes players do mercado já oferecem essa prática para seus pacientes, porém o que ainda está para evoluir é a parte de gerenciamento de registros e prescrições de maneira digital.

Pacientes ainda não possuem um repositório digital para receber, armazenar e compartilhar dados de saúde, e com a evolução dos wearables e monitoramento de pacientes, é fundamental que avancemos também nessa frente, do contrário o histórico de saúde segue perdido.

Gigantes como Google e Apple começam a explorar tais possibilidades em países como os Estados Unidos, porém acredito que ainda existam oportunidades para startups de saúde atuarem nesse mercado em todo o mundo.

Cuidado hibrido de saúde

Com o início da pandemia vimos um crescimento exponencial do uso da telemedicina para consultas entre profissionais de saúde e pacientes no Brasil e no mundo. Porém após as primeiras ondas de COVID19, vimos que o número de consultas por telemedicina se estabilizou. Busquei compreender melhor esses dados e, ao entrevistar pacientes e profissionais de saúde, percebemos que embora a telemedicina tenha facilitado o acesso à saúde, ambas as partes, de maneira geral, preferiam um modelo híbrido, onde em alguns caso optavam pela telemedicina e em outros pela consulta e pelo acompanhamento presenciais.

Logo, em minha opinião, em 2022 veremos um crescimento de um modelo híbrido porque os pacientes estão mais exigentes, ou seja, profissionais e organizações de saúde precisarão sim ter uma presença online para facilitar o acesso à saúde, porém não podem deixar de lado a experiência presencial quando necessário.

Por que esse ponto é interessante? Porque softwares de saúde precisarão estar adaptados para esse modelo híbrido, bem como muitos profissionais de saúde que seguiam até então com o velho papel e caneta precisarão migrar e utilizar tais sistemas, logo produtos digitais com uma boa experiência e que otimizem o tempo desses profissionais serão cada vez mais fundamentais em 2022.

Tratamentos e acompanhamento digitais

Os tratamentos digitais já são realidade em muitos países, os quais permitem serem prescritos e até mesmo reembolsáveis pelo sistema de saúde do país. É uma área que exige forte regulação e estudos, afinal em muitos casos podem até substituir medicamentos, portanto na grande maioria dos casos precisam passar por algumas etapas que comprovem sua eficácia antes de serem disponibilizados ao público.

Enquanto a Alemanha e Estados Unidos são um dos pioneiros no uso, regulamentação e estruturação de reembolso de tratamentos digitais, no Brasil ainda pouco se fala sobre o assunto. Porém, as primeiras startups no setor começam a surgir, casos como a da Lincon, que foca em controle e acompanhamento de pacientes diabéticos e hipertensos, provavelmente inspirada em bons exemplos de fora, como Omada e Vida Health.

Com a difusão de novos wearables, boa cobertura de internet e amadurecimento do setor de saúde, naturalmente novas startups surgirão nesse setor para auxiliar pacientes em seus tratamentos de saúde.

Fonte: https://mittechreview.com.br/4-tendencias-tecnologicas-na-saude-para-2022/

Novas iniciativas: o que é valor para o paciente na sociedade de cuidado híbrido?

Estamos diante de uma nova realidade. Com as tendências aceleradas durante o período pandêmico e a transformação digital se estabelecendo de modo irreversível, inovar em produtos e serviços e se adaptar aos novos modelos de consumo é essencial para o setor de saúde. Considerando uma sociedade cada vez mais híbrida, compreender as necessidades e preferências do paciente passa, invariavelmente, pela questão: o que é valor nesse novo contexto?

Compreender as possibilidades e adversidades dessa sociedade cada vez mais digitalizada é um desafio. Para discutir alguns aspectos dessa questão, uma mesa redonda durante o Saúde Business Fórum, principal evento de relacionamento entre pares do setor de saúde no Brasil, reuniu Alex Vieira, Superintendente de Inteligência Digital e TI do HCor, Fernando Pedro, Diretor Executivo de Gestão de Valor em Saúde da Amil, e João Alvarenga, Diretor de TI e Digital do Grupo Hermes Pardini, que dividiram com os presentes suas opiniões e experiências no tópico.

Transformação digital, social e coletiva

Abrindo a conversa da tarde, Alex Vieira comentou sobre os desdobramentos de sua atuação no HCor, onde iniciou com o objetivo de implantar a transformação digital, mas se viu diante de desafios novos e inesperados durante a gestão da COVID 19. “Com o prolongamento de todo o processo de pandemia, o projeto de digitalização se expandiu. O que era apenas uma transformação interna da companhia passou a incluir desafios externos, já que o público também precisava ser incluído e engajado nas soluções de atendimento digital, por exemplo”, explicou. “Estamos vivenciando um processo de reinvenção do nosso mundo e dos nossos negócios de saúde. Se as pessoas não aderem a uma solução, então ela não serve para transformar.”, acredita.

Abrindo a conversa da tarde, Alex Vieira comentou sobre os desdobramentos de sua atuação no HCor, onde iniciou com o objetivo de implantar a transformação digital, mas se viu diante de desafios novos e inesperados durante a gestão da COVID 19. “Com o prolongamento de todo o processo de pandemia, o projeto de digitalização se expandiu. O que era apenas uma transformação interna da companhia passou a incluir desafios externos, já que o público também precisava ser incluído e engajado nas soluções de atendimento digital, por exemplo”, explicou. “Estamos vivenciando um processo de reinvenção do nosso mundo e dos nossos negócios de saúde. Se as pessoas não aderem a uma solução, então ela não serve para transformar.”, acredita.

Fernando Pedro deu sequência à discussão, defendendo que mais que tecnologia, a transformação digital engloba sociologia. “Todos aqui sabemos o desafio que isso representa. Não é sobre substituir máquinas e oferecer tecnologia, mas sim sobre garantir que as pessoas estão se sentindo à vontade para aceitar o uso dessa tecnologia no dia a dia”, apontou.  Complementando esse pensamento, João Alvarenga defendeu que o papel da tecnologia é ser meio, não fim. “A transformação digital tem uma razão de ser e não é a tecnologia, mas sim nosso paciente. Colocar o paciente no centro é uma decisão fácil, mas executar isso no dia a dia é difícil”, comentou. Citando os pilares necessários para um processo que coloque o paciente no centro, Alvarenga listou:

  1. Investimento em tecnologia e inovação;
  2. Conhecimento e escuta ativa sobre a jornada do paciente;
  3. Análise de dados;
  4. Desenvolvimento ágil.

Uso de dados e a potencialidade híbrida

De acordo com Vieira, a estratégia básica por trás de qualquer projeto de transformação digital é uma cultura baseada em dados. “Em dado momento, tivemos que conviver simultaneamente com planos pré-pandemia, necessidades durante a pandemia, e expectativas sobre o futuro da pós-pandêmico. Precisamos repensar todo nosso fluxo de planejamentos e continuar monitorando novas necessidades e novos comportamentos da sociedade”, diz. Para Alvarenga, o setor médico em geral tem uma tendência a ser muito técnico, o que pode ser um desafio a mais. “É uma mudança muito grande de mentalidade e cultura para implantar a transformação digital de fato”, comentou.

Segundo Fernando Pedro, o caminho para um serviço de saúde cada vez mais personalizado exige soluções capazes de promover a interoperabilidade e o uso inteligente das informações. “Tecnologias devem permitir a captura de dados e sua transformação em inteligência. Precisamos colocar as soluções a nosso favor, buscando formas de usar essa informação para compreender as demandas e monitorar novas maneiras de atender nossos pacientes”, comentou o executivo da Amil. “A digitalização não é opcional”, finalizou.

Fonte: https://www.saudebusiness.com/coberturas/novas-iniciativas-o-que-e-valor-para-o-paciente-na-sociedade-de-cuidado-hibrido

Artigo destaca as contribuições e tendências da área de ciência de dados em saúde

Foi publicado na revista saúde.com (V. 17 N. 3) o artigo intitulado “Ciência de dados em saúde: contribuições e tendências para aplicações” escrita pelo pesquisador Antonio Valerio Netto, Ph.D. O pesquisador possui pós-doutorado em biotelemetria e analíticos pelo IEP do Hospital Sírio-Libanês, Doutorado em computação e matemática computacional pela USP e especialização em informática em saúde pela UNIFESP. Entre 2019 e 2021 foi professor visitante em ciência de dados e telemedicina na Escola Paulista de Medicina (EPM/UNIFESP). Atualmente, atua como head de projetos no InovaHC do HCFMUSP.

O propósito do artigo é explicar os conceitos envolvidos com a temática de ciência de dados em saúde apresentando os seus campos de atuação e possíveis aplicações focadas na saúde do usuário. Compreende-se que o trabalho de entendimento dos dados promete transformar a nossa atual compreensão da saúde e visa fornecer novos insights, como também, permitir inovar na prestação de serviços relacionados ao cuidado dos pacientes. Além disso, demonstrar as diferenças funcionais e técnicas em comparação com as outras áreas do conhecimento que tem como base a coleta, organização, análise e visualização de dados médicos, de gestão hospitalar e de saúde populacional. Além de construir um arcabouço do conhecimento para aprimorar as definições envolvidas com a temática e apresentar por meio das aplicações a sua real contribuição para área de saúde.

Acesse o artigo pelo link: https://periodicos2.uesb.br/index.php/rsc/article/view/6290

Para o mês de novembro desse ano está previsto o lançamento do livro CIÊNCIA DE DADOS E A INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL NA ÁREA DA SAÚDE. A proposta desse livro é ser uma “porta de entrada” do leitor para os processos envolvendo a aquisição e interpretação dos diversos tipos de dados oriundos da área de saúde. O objetivo é que esse leitor tenha uma noção clara de como analisá-los utilizando ferramentas baseadas em algoritmos inteligentes. O livro foi escrito pensando no público de gestores nas áreas de saúde, tecnologia da informação (TI), etc. e de alunos de graduação e pós-graduação que desejam entender as perspectivas da união dessas áreas. Além, é claro, do público em geral que se interessa por informações técnicas relacionadas a ciência de dados, inteligência artificial, inovação e tecnologia em saúde.