Aprimorando os serviços de atenção primária de cooperativas médicas utilizando cuidado híbrido

A implantação do cuidado híbrido na atenção primária à saúde tem se mostrado uma estratégia inovadora e eficaz para a gestão de pacientes com doenças crônicas. Combinando biotelemetria e telemonitoramento, essa abordagem possibilita a detecção precoce de pontos críticos e a aplicação de medidas preventivas, tanto de forma física quanto digital. Ao integrar tecnologias digitais com o atendimento presencial, é possível oferecer uma jornada de cuidado mais personalizada e eficiente, favorecendo a prevenção e a melhoria da qualidade de vida dos pacientes.

Em um cenário onde o envelhecimento populacional e o aumento das doenças crônicas representam desafios crescentes, o cuidado híbrido se apresenta como uma solução estratégica para a sustentabilidade dos sistemas de saúde. A combinação de tecnologias inovadoras com o cuidado humanizado tem o potencial de transformar a forma como a saúde é gerida, oferecendo um modelo de atenção que equilibra o uso de recursos tecnológicos com o cuidado personalizado e centrado no paciente.

Foi executado um projeto piloto que envolveu 81 pacientes crônicos, com idade média de 46 anos, que foram acompanhados ao longo de vários meses. Esses pacientes foram inseridos em quatro programas de cuidado: Peso, Hipertensão, Diabetes e um programa abrangente que combinava todas essas condições. O monitoramento constante e a análise dos dados permitiram não apenas a detecção precoce de agravamentos, mas também o incentivo a mudanças positivas nos hábitos de vida, com impacto direto na adesão ao tratamento e no controle das condições de saúde.

No artigo intitulado “Implantação do cuidado híbrido no processo de atenção primária a saúde de uma cooperativa médica” (Revista de Saúde Digital e Tecnologias Educacionais – v.9 n.2, 2024), os resultados do projeto demonstram que a aplicação do cuidado híbrido é uma solução promissora para a atenção primária em cooperativas médicas, proporcionando um elevado grau de assimilação do conhecimento sobre os pacientes. Por meio do acompanhamento contínuo e do estudo analítico dos hábitos e rotinas, foi possível promover uma abordagem proativa na gestão da saúde, estimulando novas práticas que podem prevenir a progressão das doenças e melhorar os desfechos clínicos.

Acesse o link para ler o artigo completo -> http://periodicos.ufc.br/resdite/article/view/85590

Aplicação de IA para processos de teletriagem em plataformas de telemonitoramento contínuo

Com o avanço dos processos envolvendo saúde digital, a teletriagem vem ganhando um papel essencial junto a atenção primária a saúde, permitindo que os pacientes recebam uma primeira avaliação de forma rápida e eficiente, sem precisar se deslocar até uma unidade de saúde. Mas como garantir que esse processo seja realizado de maneira eficaz, com a precisão e a agilidade necessárias de forma escalonável durante 24 horas; 7 dias por semana, sem impactar os custos com a contratação de grande contact centers para realização desse serviço?

Uma solução prática é a aplicação da Inteligência Artificial (IA) em plataformas de cuidado híbrido, onde o processo de teletriagem automatizado identifica situações e comportamentos de risco com base no histórico médico (pré-existente no sistema) e nas respostas da anamnese (nível 1 de atendimento) do paciente. A partir daí, a plataforma avalia a urgência do caso e recomenda o tipo de atendimento necessário: recomendações virtuais para casos leves (envio de boas práticas por meio vídeos e textos curtos baseados em microlearning) e até mesmo, encaminhamentos imediatos para o pronto socorro/ pronto atendimento. Isso otimiza o fluxo de atendimento, inclusive diminuindo filas, aprimora a capacidade de resposta dos profissionais de saúde e melhora a experiência do paciente.

Imagine uma plataforma de telemonitoramento baseada em cuidado híbrido que coleta dados fisiológicos em tempo real, como pressão arterial, glicose, peso corporal e outros parâmetros vitais. Ao integrar IA nesse processo, é possível analisar essas informações de maneira contínua e precisa, identificando padrões críticos e direcionando os casos prioritários. Essa anamnese realizada pelo nível 1 executada pela IA, pode, inclusive, encaminhar o paciente para um atendimento nível 2 com um profissional da área de enfermagem, ou até mesmo, sugerir uma teleconsulta ou consulta presencial com o médico conforme a necessidade.

Aplicação dessa tecnologia não apenas melhora a eficiência do atendimento, como também garante que as equipes de saúde possam focar nos casos mais urgentes, enquanto pacientes com quadros mais leves recebem orientações imediatas de boas práticas. O uso de IA na teletriagem acelera encaminhamentos, reduz filas, e personaliza o cuidado, oferecendo uma experiência mais conectada e centrada no paciente.

O uso da IA na teletriagem não só aumenta a eficiência e a agilidade no atendimento, como também contribui para uma gestão proativa da saúde do paciente. Com a aplicação dessas soluções, podemos transformar o cuidado preventivo e melhorar significativamente os resultados de saúde populacional.

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Inteligência Artificial agregando valor em plataformas de telemonitoramento baseadas em cuidado híbrido

Uma das grandes dificuldades de se implantar soluções que aplicam o telemonitoramento nos serviços de saúde, principalmente na atenção primária/básica ou atenção secundária está na dificuldade de operacionalizar os resultados desse monitoramento contínuo para que um médico, por exemplo, possa realmente fazer uso das informações coletadas.

Você deve imaginar diariamente, dados de medições fisiológicas ou biológicas ou até de comportamento de um paciente chegando em um dashboard. Que parâmetros, por exemplo, um médico poderia utilizar para analisar e tomar uma decisão baseada em evidência. Agora imagine, informações de 200 pacientes chegando diariamente. Quem vai ajudar o médico a entender o histórico diário de encaminhamento, e transformar essa massa de dados, em informações que possam ser exibidas em um “resumo clínico de telemonitoramento”. Permitindo assim, que o médico, ao ler esse resumo, consiga entender toda a contextualização e direcionar o tratamento médico junto ao paciente.

Façamos uma comparação pertinente, quando o médico pede um exame de ressonância magnética do tórax, por exemplo, o mesmo retorna com um laudo anexado junto ao conjunto das imagens médicas. É por meio desse laudo, que o médico toma suas decisões quanto a um diagnóstico ou tratamento para este paciente. Da mesma forma, os dados monitorados devem evoluir e alcançar o patamar de um tipo de exame como de Holter. Trata-se de um exame que monitora o ritmo cardíaco do paciente por 24 horas, por meio de um aparelho portátil. O laudo, normalmente, é liberado em 48 horas sendo analisado por um especialista.

Para a geração de um “resumo clínico de telemonitoramento”, que precisa ser atualizado diariamente, haja vista que novos dados são imputados com certa constância, realmente um especialista não seria humanamente capaz. Inclusive, novamente vamos tomar como base, os 200 pacientes monitorados ao mesmo tempo. Neste caso, é fundamental a aplicação de algoritmos baseado em inteligência computacional, popularmente divulgado, como inteligência artificial (IA). Os algoritmos baseados em machine learning são adequados ao tratamento desse conjunto de dados, buscando padrões e gerando insights.

E por que não citar a aplicação dos LLMs (Large Language Model) que utilizam redes neurais profundas para processamento de linguagem natural (NLP). Essa tecnologia ficou muito popular nos últimos meses, e permite entender e produzir texto de maneira altamente sofisticada, incluindo tradução, resumo de textos, resposta a perguntas, etc. O termo “Large” se refere ao número de parâmetros (bilhões ou trilhões) que esses modelos possuem, o que lhes permite capturar nuances e complexidades da linguagem.

A aplicação direta de IA na geração dos resumos clínicos onde o médico pode consultar para aprimorar seu diagnóstico e revisar continuamente o tratamento do paciente, promove uma justificativa plausível para o investimento no monitoramento contínuo trazendo a aplicabilidade do cuidado híbrido para além de um processo de teletriagem. Os programas de gestão de crônicos são um dos mais beneficiados com esta aplicação, possibilitando maior escalabilidade e abrangência territorial, diminuindo custos operacionais.

Terapia digital aplicada a pacientes com obesidade e síndrome metabólica

Neste mês de setembro foi publicado o artigo: USO DE TERAPIA DIGITAL BASEADA NO CUIDADO HÍBRIDO PARA PACIENTES COM OBESIDADE E SÍNDROME METABÓLICA. Trata-se de um estudo reflexivo onde é proposto o emprego do cuidado híbrido como um mecanismo de ação de uma terapia digital. Essa aplicação impacta no aprimoramento e apoio aos tratamentos médicos atuais. Compõe o processo terapêutico, a adoção do cuidado híbrido, associada à intervenção digital, cujo foco é manter o engajamento dos pacientes durante o período de tratamento.

A obesidade é provavelmente o mais antigo distúrbio metabólico, havendo relatos da ocorrência desta desordem em múmias egípcias e em esculturas gregas. Recentemente, a obesidade pôde ser considerada a mais importante desordem nutricional nos países desenvolvidos, tendo em vista o aumento de sua incidência: acredita-se que atinja 10% da população desses países. A obesidade está sendo considerada uma epidemia mundial, presente tanto em países desenvolvidos como em desenvolvimento. O aumento de sua incidência está distribuído em quase todas as raças e sexos, e atinge principalmente a população de 25 a 44 anos. A urbanização determinou uma mudança nos padrões de comportamento alimentar que, juntamente com a redução da atividade física na população, vem promovendo um agravamento do quadro de saúde. Este processo de modificação sequencial no padrão de nutrição e consumo, chamado transição nutricional, acompanha mudanças econômicas, sociais e demográficas, além de mudanças do perfil de saúde da população.

O cuidado híbrido, ao integrar o acompanhamento presencial com o telemonitoramento e as ferramentas digitais, permite um acompanhamento mais personalizado e contínuo dos pacientes. Essa abordagem possibilita a coleta de dados mais precisos sobre hábitos alimentares, atividade física e outros indicadores de saúde, permitindo a identificação precoce de desvios e a implementação de estratégias de intervenção mais eficazes. Além disso, a terapia digital pode fornecer suporte psicológico e educacional aos pacientes, promovendo mudanças comportamentais duradouras.

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Implantação de plataforma de cuidado híbrido para gerenciamento de risco em pacientes com doença crônica

Um relato de experiência foi aprovado para publicação no XX Congresso Brasileiro de Informática em Saúde (CBIS’24) que será realizado entre 8 e 11 de outubro em Belo Horizonte (MG). Neste artigo os pesquisadores Babila Rangel, André Takahata e Antonio Valerio Netto descrevem uma experiência na implantação de uma plataforma de cuidado híbrido em uma cooperativa de saúde, com foco no acompanhamento de grupos usuários portadores de doenças crônicas (Hipertensão, Diabetes e Obesidade), para realização de telemonitoramento, teletriagem e classificação dos casos de saúde a partir da verificação de sinais vitais e fisiológicos, gerando alertas de classificação de risco.

Como resultados, foram observados ganhos no acompanhamento e intervenção no fluxo de atendimento, principalmente em relação à adesão dos participantes à modalidade implantada, além da otimização dos fluxos de consultas eletivas, encaminhamento ao profissional especialista e atendimentos de emergência. Ao longo da execução desse trabalho, verificou-se a efetividade da solução proposta em incorporar ações de saúde primária. O emprego do telemonitoramento via cuidado híbrido promoveu ações de prática preventiva e de manutenção de doenças crônicas para pacientes em atendimento permanente.

Foi verificada a adesão do grupo monitorado, além de resultados práticos para otimização da jornada do paciente, com agendamentos de consultas direcionadas, incentivo e monitorização referente a adesão de atendimentos eletivos, reduzindo as idas desnecessárias a prontos socorros, assim como, evitar possíveis readmissões e reinternações hospitalares; além de auxiliar na gestão das filas de espera por atendimento. Outro ponto favorável foi o atendimento precoce de usuários conforme a geração de alertas, como, apoio ao processo de desospitalização com objetivo de obter melhoria dos indicadores de desempenho relacionados ao DRG (Diagnosis Related Groups).

Em linhas gerais, a implantação do cuidado híbrido foi capaz de intervir positivamente nos casos em que houve deterioração clínica dos pacientes de maneira a otimizar os processos de gestão automatizada em instituições de saúde. É importante destacar que a inteligência artificial pode atuar como um facilitador junto ao processo de saúde digital por meio de soluções de healthbot para apoiar as ações de teletriagem que atualmente são realizadas de forma manual pelo contact center vinculados ao cuidado híbrido. Essas soluções incorporam sistemas de diálogo, com interações entre o ser humano e o sistema por meio de chatbot (escrita), voicebot (oralmente) e análise de imagem para interpretação de expressões da face humana.

Projeto baseado em cuidado híbrido é destaque no prêmio Saúde UNIDAS 2023

No mês de outubro ocorreu a premiação da UNIDAS ( União Nacional Instituições Autogestão em Saúde). Este ano o tema foi “Modelos e Práticas para o Futuro da Saúde Suplementar”. Na categoria não filiados, sagrou-se campeão o projeto intitulado: Implantação do cuidado híbrido no processo de atenção primária a saúde de uma cooperativa médica. A seguir são apresentadas informações sobre o projeto vencedor:

OBJETIVO: Trata-se da implantação de uma plataforma de cuidado híbrido que atua na detecção dos pontos de intervenção ou níveis de aplicação das medidas preventivas do processo de saúde- doença crônica. Na jornada do paciente existem momentos de atuação preventiva à progressão da doença tanto de forma física quanto digital. As condições crônicas se iniciam e evoluem lentamente. Usualmente, apresentam múltiplas causas que variam no tempo, incluindo hereditariedade, estilos de vida, exposição aos fatores ambientais e aos fatores fisiológicos. À medida que a idade avança, há uma tendência para que as doenças crônicas se intensifiquem (progressão), tornem as pessoas mais susceptíveis às outras doenças (debilitação), acumulem outras condições (multimorbidade), se diversifiquem (comorbidades) e interfiram na capacidade das pessoas conviverem normalmente na sociedade (incapacidade). As doenças crônicas necessitam de intervenções associadas às mudanças de estilo de vida, em um processo de cuidado contínuo. O objetivo do cuidado híbrido é modificar positivamente tanto a jornada do paciente, quanto a intervenção na sua experiência e engajamento com relação ao seu cuidado contínuo. Funciona como uma ponte entre a prestação tradicional de assistência presencial e as soluções de saúde digital. O propósito do cuidado híbrido é gerar evidências, e posteriormente, intervenções conforme alteração dos dados fisiológicos e hábitos rotineiros medidos de cada paciente individualmente. O conceito envolvido advém da área de telemedicina, mais especificamente, duas de suas modalidades: o telemonitoramento ou televigilância e teletriagem.

MÉTODOS: O projeto foi aprovado pelo conselho de ética CAAE: 48787720.7.0000.8054. As atividades foram executadas junto à unidade de atenção primária de uma cooperativa médica no interior do estado de São Paulo, especificamente os pacientes crônicos. O estudo foi organizado em duas fases (triagem e longitudinal). Desde julho de 2022 teve inicio a implantação do cuidado híbrido que atualmente atende 81 usuários (população participante). Existem quatro programas: cuidado diabetes (4 participantes), cuidado peso (17 participantes), cuidado hipertensão (28 participantes) e cuidado total (junção dos três cuidados) (32 participantes). A ação foi realizada introduzindo na jornada diária do paciente a automedição de dados fisiológicos e o acompanhamento pela central de monitoramento. Dados são medidos por meio de equipamentos (balança, medidor de pressão e glicosímetro) que foram disponibilizados para os usuários.

RESULTADOS: Foram comparados os custos dos serviços prestados “antes” (levantamento de 11 meses) e o “depois” da implantação do cuidado híbrido (CH) junto ao população participante. O depois foi calculado no período de 11 meses a partir do início da implantação, isto é, as informações são até o final de maio de 2023. Antes do CH foram realizadas 44 internações, depois foram 26 internações. Os custos com SADT teve uma redução financeira de 18%. Honorários teve redução de 57%, Material obteve redução de 34%, Diárias teve redução de 30%. Medicamento ocorreu a redução de 6%. Taxa, a redução foi de 34%. No geral ocorreram 30% de redução de custo financeiro.

CONCLUSÕES: O cuidado híbrido possui uma tecnologia escalável, sendo possível implantar em diversas partes do País. Pode ser utilizada, inclusive, como plataforma de avaliação para auxiliar na gestão automática de indicadores de qualidade do serviço prestado por instituições de saúde. É possível auxiliar na diminuição das idas desnecessárias dos usuários ao PA ou PS, além de evitar possíveis readmissões e reinternações hospitalares, inclusive, auxiliando na diminuição das filas. A proposta é evitar a sobrecarga do sistema de saúde e a realização de exames médicos desnecessários, além de atuar no apoio ao processo de desospitalização dos hospitais buscando a melhoria dos indicadores de desempenho relacionados com o DRG (Diagnosis Related Group), por exemplo.

Cuidado híbrido aplicado na área de saúde mental

Na edição de março (v.16 n.1) da revista saúde multidisciplinar (INSS 2318-3780) foi publicado o artigo: “Proposta de aplicação de uma plataforma de cuidado híbrido para pacientes com sintoma depressivo”. Esse artigo descreve a modelagem de uma plataforma de cuidado híbrido baseado em biotelemetria e mHealth capazes de detectar pontos de intervenção ou níveis de aplicação de medidas preventivas no processo saúde-doença.

Link para acesso ao artigo completo: 

http://revistas.famp.edu.br/revistasaudemultidisciplinar/article/view/742

Saúde digital e o cuidado híbrido na jornada do paciente

Desde dezembro de 2019 houve um alerta para uma pneumonia viral identificada como COVID-19. Essa doença atingiu vários países e infectou milhões de pessoas. As consequências no longo prazo ainda estão sendo observadas. Há inúmeros questionamentos da necessidade de acompanhamento, assistência e reabilitação. Inicialmente, o foco mundial esteve na contingência da pandemia e na sustentação de uma rede de serviços de urgência e emergência, além da suficiência de leitos de enfermaria e cuidados intensivos. Contudo, agora, se faz necessário entender de que forma devemos aprimorar a jornada do paciente pós COVID-19.

Para isto foi realizada uma pesquisa qualitativa aplicando o método de entrevista em profundidade junto a doze líderes da área de saúde no Brasil para compreender possíveis formas de viabilizar esta condição de aprimoramento da jornada do paciente. Esse é o tema do artigo “Coordenação do cuidado baseado em saúde digital e cuidado híbrido no acompanhamento da jornada do paciente pós COVID-19” publicado na edição de julho/setembro da Revista de Administração em Saúde (v. 20, n. 80).

Baseado nesta pesquisa observou-se que a coordenação do cuidado assistencial pode ser um excelente caminho para redefinição da jornada dos pacientes infectados, apoiado por ferramentas tecnológicas que vão desde teletriagens e teleorientações, passando por autocuidado apoiado e interoperabilidade de dados de saúde. O cuidado coordenado promove entregas mais qualificadas em saúde, com desfechos baseados em valor como novo pilar na saúde suplementar e nas políticas públicas de saúde, que incluem, ainda, a revisão na remuneração dos serviços prestados.

O artigo também discorre sobre os principais conceitos correlatos entre a coordenação do cuidado e suas interações com a aplicação de soluções baseadas em saúde digital e cuidado híbrido, além de destacar o papel da ciência cidadã na construção de uma nova jornada do paciente. Baseada nesta premissa procura-se constituir argumentos junto às lideranças da área de saúde para que possam refletir e promover uma revisão nos processos relacionados à jornada do paciente pós-pandemia.

Clique nesse link para ter acesso ao artigo completo. Boa leitura!

Aplicação do cuidado híbrido para a jornada da gestante

Neste mês de abril foram publicados os primeiros resultados do projeto patrocinado pelo PIPE FAPESP (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo) (número do processo 20/08578-5) envolvendo o emprego do cuidado híbrido na jornada das gestantes. O projeto inovador foi desenvolvido durante o período da pandemia e teve como parceiro técnico o professor titular Antonio Fernandes Moron do Departamento de Obstetrícia da Escola Paulista de Medicina (EPM/UNIFESP) e o trabalho de campo foi realizado no Centro Paulista de Medicina Fetal.

O artigo intitulado: “Desenvolvimento de uma plataforma de biotelemetria e teletriagem baseada em saúde aplicada ao cuidado híbrido de gestantes” descreve a execução das fases de desenvolvimento experimental e validação interna de uma plataforma de biotelemetria e teletriagem baseada em mHealth com foco na promoção do cuidado híbrido de gestantes.

A tecnologia proposta busca promover a identificação de risco para distúrbios hipertensivos da gestação e proporcionar melhor assistência à saúde materno-fetal com impacto na redução da morbimortalidade. A proposta de valor está alinhada com os conceitos de atenção à saúde do indivíduo, isto é, “Value-based care” e “Concierge Medicine”.

O artigo foi publicado na revista científica do IAMSPE (v. 13 n. 1). Link para acesso https://ojs.iamspe.sp.gov.br/index.php/revistacientifica/article/view/180

Avanços médicos: digital therapeutics + cuidado híbrido

Neste mês de novembro, foi publicado na revista Einstein (vol. 18) um importante texto sobre a aplicação do cuidado híbrido como mecanismo de ação na construção de uma terapêutica digital (DTx).

O artigo descreve o emprego de meios digitais para aprimorar e apoiar os tratamentos médicos atuais. A DTx fornece intervenções terapêuticas baseadas em evidências para pacientes, que são orientados por software para prevenir, gerenciar ou tratar um distúrbio ou doença médica. São usados independentemente ou em conjunto com medicamentos, dispositivos ou outras terapias para otimizar o atendimento ao paciente e os resultados de saúde. São semelhantes aos populares aplicativos de bem-estar, mas com uma diferença fundamental: concentram-se no fornecimento de resultados clínicos. Em linhas gerais, são tratamentos comportamentais baseados em evidências entregues online, que podem aumentar a acessibilidade e a eficácia dos cuidados de saúde. É a junção de atividades envolvendo o atendimento presencial e o cuidado digital com o objetivo de prover um acompanhamento do desempenho do paciente em seu autocuidado.

Sobre o cuidado híbrido, o mesmo atua como extensão do atendimento físico, não importando a proporção do uso de cada um, no processo de cuidado do indivíduo assistido (jornada completa do paciente). Funciona como uma ponte entre a prestação tradicional de assistência presencial e as soluções de Saúde Digital.

Para leitura acesse o link: https://journal.einstein.br/pt-br/article/aplicacao-do-cuidado-hibrido-como-mecanismo-de-acao-na-construcao-de-uma-terapeutica-digital/