Terapia digital aplicada a pacientes com obesidade e síndrome metabólica

Neste mês de setembro foi publicado o artigo: USO DE TERAPIA DIGITAL BASEADA NO CUIDADO HÍBRIDO PARA PACIENTES COM OBESIDADE E SÍNDROME METABÓLICA. Trata-se de um estudo reflexivo onde é proposto o emprego do cuidado híbrido como um mecanismo de ação de uma terapia digital. Essa aplicação impacta no aprimoramento e apoio aos tratamentos médicos atuais. Compõe o processo terapêutico, a adoção do cuidado híbrido, associada à intervenção digital, cujo foco é manter o engajamento dos pacientes durante o período de tratamento.

A obesidade é provavelmente o mais antigo distúrbio metabólico, havendo relatos da ocorrência desta desordem em múmias egípcias e em esculturas gregas. Recentemente, a obesidade pôde ser considerada a mais importante desordem nutricional nos países desenvolvidos, tendo em vista o aumento de sua incidência: acredita-se que atinja 10% da população desses países. A obesidade está sendo considerada uma epidemia mundial, presente tanto em países desenvolvidos como em desenvolvimento. O aumento de sua incidência está distribuído em quase todas as raças e sexos, e atinge principalmente a população de 25 a 44 anos. A urbanização determinou uma mudança nos padrões de comportamento alimentar que, juntamente com a redução da atividade física na população, vem promovendo um agravamento do quadro de saúde. Este processo de modificação sequencial no padrão de nutrição e consumo, chamado transição nutricional, acompanha mudanças econômicas, sociais e demográficas, além de mudanças do perfil de saúde da população.

O cuidado híbrido, ao integrar o acompanhamento presencial com o telemonitoramento e as ferramentas digitais, permite um acompanhamento mais personalizado e contínuo dos pacientes. Essa abordagem possibilita a coleta de dados mais precisos sobre hábitos alimentares, atividade física e outros indicadores de saúde, permitindo a identificação precoce de desvios e a implementação de estratégias de intervenção mais eficazes. Além disso, a terapia digital pode fornecer suporte psicológico e educacional aos pacientes, promovendo mudanças comportamentais duradouras.

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Implantação de plataforma de cuidado híbrido para gerenciamento de risco em pacientes com doença crônica

Um relato de experiência foi aprovado para publicação no XX Congresso Brasileiro de Informática em Saúde (CBIS’24) que será realizado entre 8 e 11 de outubro em Belo Horizonte (MG). Neste artigo os pesquisadores Babila Rangel, André Takahata e Antonio Valerio Netto descrevem uma experiência na implantação de uma plataforma de cuidado híbrido em uma cooperativa de saúde, com foco no acompanhamento de grupos usuários portadores de doenças crônicas (Hipertensão, Diabetes e Obesidade), para realização de telemonitoramento, teletriagem e classificação dos casos de saúde a partir da verificação de sinais vitais e fisiológicos, gerando alertas de classificação de risco.

Como resultados, foram observados ganhos no acompanhamento e intervenção no fluxo de atendimento, principalmente em relação à adesão dos participantes à modalidade implantada, além da otimização dos fluxos de consultas eletivas, encaminhamento ao profissional especialista e atendimentos de emergência. Ao longo da execução desse trabalho, verificou-se a efetividade da solução proposta em incorporar ações de saúde primária. O emprego do telemonitoramento via cuidado híbrido promoveu ações de prática preventiva e de manutenção de doenças crônicas para pacientes em atendimento permanente.

Foi verificada a adesão do grupo monitorado, além de resultados práticos para otimização da jornada do paciente, com agendamentos de consultas direcionadas, incentivo e monitorização referente a adesão de atendimentos eletivos, reduzindo as idas desnecessárias a prontos socorros, assim como, evitar possíveis readmissões e reinternações hospitalares; além de auxiliar na gestão das filas de espera por atendimento. Outro ponto favorável foi o atendimento precoce de usuários conforme a geração de alertas, como, apoio ao processo de desospitalização com objetivo de obter melhoria dos indicadores de desempenho relacionados ao DRG (Diagnosis Related Groups).

Em linhas gerais, a implantação do cuidado híbrido foi capaz de intervir positivamente nos casos em que houve deterioração clínica dos pacientes de maneira a otimizar os processos de gestão automatizada em instituições de saúde. É importante destacar que a inteligência artificial pode atuar como um facilitador junto ao processo de saúde digital por meio de soluções de healthbot para apoiar as ações de teletriagem que atualmente são realizadas de forma manual pelo contact center vinculados ao cuidado híbrido. Essas soluções incorporam sistemas de diálogo, com interações entre o ser humano e o sistema por meio de chatbot (escrita), voicebot (oralmente) e análise de imagem para interpretação de expressões da face humana.

Projeto baseado em cuidado híbrido é destaque no prêmio Saúde UNIDAS 2023

No mês de outubro ocorreu a premiação da UNIDAS ( União Nacional Instituições Autogestão em Saúde). Este ano o tema foi “Modelos e Práticas para o Futuro da Saúde Suplementar”. Na categoria não filiados, sagrou-se campeão o projeto intitulado: Implantação do cuidado híbrido no processo de atenção primária a saúde de uma cooperativa médica. A seguir são apresentadas informações sobre o projeto vencedor:

OBJETIVO: Trata-se da implantação de uma plataforma de cuidado híbrido que atua na detecção dos pontos de intervenção ou níveis de aplicação das medidas preventivas do processo de saúde- doença crônica. Na jornada do paciente existem momentos de atuação preventiva à progressão da doença tanto de forma física quanto digital. As condições crônicas se iniciam e evoluem lentamente. Usualmente, apresentam múltiplas causas que variam no tempo, incluindo hereditariedade, estilos de vida, exposição aos fatores ambientais e aos fatores fisiológicos. À medida que a idade avança, há uma tendência para que as doenças crônicas se intensifiquem (progressão), tornem as pessoas mais susceptíveis às outras doenças (debilitação), acumulem outras condições (multimorbidade), se diversifiquem (comorbidades) e interfiram na capacidade das pessoas conviverem normalmente na sociedade (incapacidade). As doenças crônicas necessitam de intervenções associadas às mudanças de estilo de vida, em um processo de cuidado contínuo. O objetivo do cuidado híbrido é modificar positivamente tanto a jornada do paciente, quanto a intervenção na sua experiência e engajamento com relação ao seu cuidado contínuo. Funciona como uma ponte entre a prestação tradicional de assistência presencial e as soluções de saúde digital. O propósito do cuidado híbrido é gerar evidências, e posteriormente, intervenções conforme alteração dos dados fisiológicos e hábitos rotineiros medidos de cada paciente individualmente. O conceito envolvido advém da área de telemedicina, mais especificamente, duas de suas modalidades: o telemonitoramento ou televigilância e teletriagem.

MÉTODOS: O projeto foi aprovado pelo conselho de ética CAAE: 48787720.7.0000.8054. As atividades foram executadas junto à unidade de atenção primária de uma cooperativa médica no interior do estado de São Paulo, especificamente os pacientes crônicos. O estudo foi organizado em duas fases (triagem e longitudinal). Desde julho de 2022 teve inicio a implantação do cuidado híbrido que atualmente atende 81 usuários (população participante). Existem quatro programas: cuidado diabetes (4 participantes), cuidado peso (17 participantes), cuidado hipertensão (28 participantes) e cuidado total (junção dos três cuidados) (32 participantes). A ação foi realizada introduzindo na jornada diária do paciente a automedição de dados fisiológicos e o acompanhamento pela central de monitoramento. Dados são medidos por meio de equipamentos (balança, medidor de pressão e glicosímetro) que foram disponibilizados para os usuários.

RESULTADOS: Foram comparados os custos dos serviços prestados “antes” (levantamento de 11 meses) e o “depois” da implantação do cuidado híbrido (CH) junto ao população participante. O depois foi calculado no período de 11 meses a partir do início da implantação, isto é, as informações são até o final de maio de 2023. Antes do CH foram realizadas 44 internações, depois foram 26 internações. Os custos com SADT teve uma redução financeira de 18%. Honorários teve redução de 57%, Material obteve redução de 34%, Diárias teve redução de 30%. Medicamento ocorreu a redução de 6%. Taxa, a redução foi de 34%. No geral ocorreram 30% de redução de custo financeiro.

CONCLUSÕES: O cuidado híbrido possui uma tecnologia escalável, sendo possível implantar em diversas partes do País. Pode ser utilizada, inclusive, como plataforma de avaliação para auxiliar na gestão automática de indicadores de qualidade do serviço prestado por instituições de saúde. É possível auxiliar na diminuição das idas desnecessárias dos usuários ao PA ou PS, além de evitar possíveis readmissões e reinternações hospitalares, inclusive, auxiliando na diminuição das filas. A proposta é evitar a sobrecarga do sistema de saúde e a realização de exames médicos desnecessários, além de atuar no apoio ao processo de desospitalização dos hospitais buscando a melhoria dos indicadores de desempenho relacionados com o DRG (Diagnosis Related Group), por exemplo.

Cuidado híbrido aplicado na área de saúde mental

Na edição de março (v.16 n.1) da revista saúde multidisciplinar (INSS 2318-3780) foi publicado o artigo: “Proposta de aplicação de uma plataforma de cuidado híbrido para pacientes com sintoma depressivo”. Esse artigo descreve a modelagem de uma plataforma de cuidado híbrido baseado em biotelemetria e mHealth capazes de detectar pontos de intervenção ou níveis de aplicação de medidas preventivas no processo saúde-doença.

Link para acesso ao artigo completo: 

http://revistas.famp.edu.br/revistasaudemultidisciplinar/article/view/742

Saúde digital e o cuidado híbrido na jornada do paciente

Desde dezembro de 2019 houve um alerta para uma pneumonia viral identificada como COVID-19. Essa doença atingiu vários países e infectou milhões de pessoas. As consequências no longo prazo ainda estão sendo observadas. Há inúmeros questionamentos da necessidade de acompanhamento, assistência e reabilitação. Inicialmente, o foco mundial esteve na contingência da pandemia e na sustentação de uma rede de serviços de urgência e emergência, além da suficiência de leitos de enfermaria e cuidados intensivos. Contudo, agora, se faz necessário entender de que forma devemos aprimorar a jornada do paciente pós COVID-19.

Para isto foi realizada uma pesquisa qualitativa aplicando o método de entrevista em profundidade junto a doze líderes da área de saúde no Brasil para compreender possíveis formas de viabilizar esta condição de aprimoramento da jornada do paciente. Esse é o tema do artigo “Coordenação do cuidado baseado em saúde digital e cuidado híbrido no acompanhamento da jornada do paciente pós COVID-19” publicado na edição de julho/setembro da Revista de Administração em Saúde (v. 20, n. 80).

Baseado nesta pesquisa observou-se que a coordenação do cuidado assistencial pode ser um excelente caminho para redefinição da jornada dos pacientes infectados, apoiado por ferramentas tecnológicas que vão desde teletriagens e teleorientações, passando por autocuidado apoiado e interoperabilidade de dados de saúde. O cuidado coordenado promove entregas mais qualificadas em saúde, com desfechos baseados em valor como novo pilar na saúde suplementar e nas políticas públicas de saúde, que incluem, ainda, a revisão na remuneração dos serviços prestados.

O artigo também discorre sobre os principais conceitos correlatos entre a coordenação do cuidado e suas interações com a aplicação de soluções baseadas em saúde digital e cuidado híbrido, além de destacar o papel da ciência cidadã na construção de uma nova jornada do paciente. Baseada nesta premissa procura-se constituir argumentos junto às lideranças da área de saúde para que possam refletir e promover uma revisão nos processos relacionados à jornada do paciente pós-pandemia.

Clique nesse link para ter acesso ao artigo completo. Boa leitura!

Aplicação do cuidado híbrido para a jornada da gestante

Neste mês de abril foram publicados os primeiros resultados do projeto patrocinado pelo PIPE FAPESP (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo) (número do processo 20/08578-5) envolvendo o emprego do cuidado híbrido na jornada das gestantes. O projeto inovador foi desenvolvido durante o período da pandemia e teve como parceiro técnico o professor titular Antonio Fernandes Moron do Departamento de Obstetrícia da Escola Paulista de Medicina (EPM/UNIFESP) e o trabalho de campo foi realizado no Centro Paulista de Medicina Fetal.

O artigo intitulado: “Desenvolvimento de uma plataforma de biotelemetria e teletriagem baseada em saúde aplicada ao cuidado híbrido de gestantes” descreve a execução das fases de desenvolvimento experimental e validação interna de uma plataforma de biotelemetria e teletriagem baseada em mHealth com foco na promoção do cuidado híbrido de gestantes.

A tecnologia proposta busca promover a identificação de risco para distúrbios hipertensivos da gestação e proporcionar melhor assistência à saúde materno-fetal com impacto na redução da morbimortalidade. A proposta de valor está alinhada com os conceitos de atenção à saúde do indivíduo, isto é, “Value-based care” e “Concierge Medicine”.

O artigo foi publicado na revista científica do IAMSPE (v. 13 n. 1). Link para acesso https://ojs.iamspe.sp.gov.br/index.php/revistacientifica/article/view/180

Avanços médicos: digital therapeutics + cuidado híbrido

Neste mês de novembro, foi publicado na revista Einstein (vol. 18) um importante texto sobre a aplicação do cuidado híbrido como mecanismo de ação na construção de uma terapêutica digital (DTx).

O artigo descreve o emprego de meios digitais para aprimorar e apoiar os tratamentos médicos atuais. A DTx fornece intervenções terapêuticas baseadas em evidências para pacientes, que são orientados por software para prevenir, gerenciar ou tratar um distúrbio ou doença médica. São usados independentemente ou em conjunto com medicamentos, dispositivos ou outras terapias para otimizar o atendimento ao paciente e os resultados de saúde. São semelhantes aos populares aplicativos de bem-estar, mas com uma diferença fundamental: concentram-se no fornecimento de resultados clínicos. Em linhas gerais, são tratamentos comportamentais baseados em evidências entregues online, que podem aumentar a acessibilidade e a eficácia dos cuidados de saúde. É a junção de atividades envolvendo o atendimento presencial e o cuidado digital com o objetivo de prover um acompanhamento do desempenho do paciente em seu autocuidado.

Sobre o cuidado híbrido, o mesmo atua como extensão do atendimento físico, não importando a proporção do uso de cada um, no processo de cuidado do indivíduo assistido (jornada completa do paciente). Funciona como uma ponte entre a prestação tradicional de assistência presencial e as soluções de Saúde Digital.

Para leitura acesse o link: https://journal.einstein.br/pt-br/article/aplicacao-do-cuidado-hibrido-como-mecanismo-de-acao-na-construcao-de-uma-terapeutica-digital/

Pesquisa apoiada pelo PIPE FAPESP apresenta resultados sobre o uso do cuidado híbrido para idosos com condição crônica

Journal of Health Informatics (ISSN 2175-4411) publicou em sua primeira edição de 2020, o artigo intitulado “Modelagem de um sistema para o telemonitoramento de idosos com condição crônica baseado em biotelemetria“. O mesmo descreve os resultados de uma pesquisa aplicada apoiada pelo programa PIPE FAPESP. A proposta do projeto foi o desenvolvimento de uma plataforma de biotelemetria baseada em mHealth, tecnologia vestível e algoritmos de análise (analytics) que fosse capaz de realizar o Cuidado Híbrido com o objetivo de atuar na detecção dos pontos de intervenção ou níveis de aplicação das medidas preventivas do processo de saúde-doença do idoso com condição crônica [1].

Cuidado Híbrido é a junção de atividades envolvendo o cuidado digital que pode estar relacionado a um processo automático ou não, onde inclusive se faz uso de equipamentos eletrônicos para medição e comunicação com o objetivo de prover um acompanhamento do usuário em apoio ao cuidado físico (presença física do profissional de saúde). No processo do Cuidado Híbrido, o cuidado digital atua como extensão do atendimento físico presencial. Neste caso, um é complementar ao outro, não importando a proporção do uso de cada um na jornada do cuidado do individuo assistido.

Buscou-se encontrar meios de identificar situações fora de um padrão de normalidade já pré-definida que poderiam estar causando algum tipo de risco ao bem-estar do idoso crônico, como também, aumentar o seu engajamento diante de um tratamento médico. Esse idoso é acompanhado a distância por meio de um dispositivo, no caso um smartwatch ou mesmo smartphone, que se comunica com medidores de forma automatizada (bluetooth) ou manual (imagem digital da medida no display do dispositivo) e com um sistema de cloud computing via sistema 3/4G ou Wi-Fi. Esses medidores são capazes de medir informações fisiológicas, como por exemplo, para hipertensão arterial e diabetes.

Foram modelados protocolos operacionais para nortear os parâmetros das medições e dar suporte ao autocuidado, além de aumentar a sensação de segurança desses idosos. Como consequência direta, houve melhora nos desfechos dos tratamentos inclusive diminuindo a quantidade de idas ao pronto-socorro e de internações hospitalares, além de evitar a realização de exames médicos desnecessários.

Link para o artigo: http://www.jhi-sbis.saude.ws/ojs-jhi/index.php/jhi-sbis/article/view/691

Artigo pioneiro destaca o cuidado híbrido no telemonitoramento de idosos crônicos

Uma das principais revistas de tecnologia em saúde do Brasil, o Journal of Health Informatics, trás na sua quarta edição de 2018, um artigo onde cunha o termo CUIDADO HÍBRIDO. Trata-se da junção de atividades envolvendo o cuidado digital que pode estar relacionado a um processo automático ou não, onde se faz uso de equipamentos eletrônicos para medição e comunicação com o objetivo de prover um acompanhamento do idoso em apoio ao cuidado físico. No processo do cuidado híbrido, o cuidado digital atua como extensão do atendimento físico. Neste caso, um é complementar ao outro, não importando a proporção do uso de cada um, no processo de cuidado do individuo assistido.

O artigo intitulado “Avaliação de tecnologia de telemonitoramento e biotelemetria para o cuidado híbrido para o idoso com condição crônica” descreve um trabalho de pesquisa que versou sobre a avaliação da aplicação, usabilidade e o impacto diário junto a um grupo de idosos com condição crônica de uma plataforma de cuidado digital associado ao cuidador físico em uma instituição de longa permanência.

A atividade foi realizada introduzindo na jornada diária do idoso, a medição da pressão arterial e o acompanhamento por uma central de atendimento. Os dados foram adquiridos por meio de um smartwatch com acesso a Internet e de um medidor de pressão com bluetooth. Posteriormente, esses dados foram analisados e conforme o resultado foi gerado uma intervenção. A experiência obtida com o teste permitiu elencar fatores relevantes relacionados à usabilidade, processo de medição, engajamento do grupo de idosos e entender a relação entre os cuidador digital e o cuidador físico.

O trabalho permitiu entender a rotina utilizada no processo da adoção por parte dos idosos participantes junto ao sistema de cuidado híbrido. Além disso, foi possível observar razões para concluir que é positiva a aplicação desse tipo de tecnologia para acompanhar se o idoso está aderindo ao tratamento medicamentoso, evitando, por exemplo, idas desnecessárias ao pronto socorro ou pronto atendimento.

Link para o artigo: http://www.jhi-sbis.saude.ws/ojs-jhi/index.php/jhi-sbis/article/view/602

Como aumentar a capacidade de um hospital sem adicionar um tijolo?

A falta de leitos nos hospitais é uma dor crônica na saúde, especialmente no SUS.

Ele já tomou todos os tipos de remédios e o único tratamento possível parece ser a construção de cada vez mais de leitos. Será mesmo?

Para aumentar a capacidade de absorção de pacientes em um hospital a única solução parece depender de investimentos gigantescos: construir alas, leitos, blocos, contratar equipes, novas infraestruturas e por aí vai.

Mas hoje, com o uso de algumas. tecnologias relativamente baratas, associado à capacitação de equipe multidisciplinar, é possível aumentar virtualmente um hospital sem precisar colocar um único tijolo. Como? Associando o digital à saúde.

Mas hoje, com o uso de algumas. tecnologias relativamente baratas, associado à capacitação de equipe multidisciplinar, é possível aumentar virtualmente um hospital sem precisar colocar um único tijolo. Como? Associando o digital à saúde.

Como os hospitais de hoje funcionam?

A operação de um serviço de saúde hoje é baseada na busca direta pela doença. Exceto ambulatórios, onde vemos sinais incipientes de linhas de cuidados, o restante funciona estruturado sob a doença.

O universo de funcionamento dos hospitais fica restrito a esse perfil de paciente, tendo também a sazonalidade com um inimigo para os bolsos dos serviços privados. Com menos paciente no pronto socorro, a saída acaba sendo a complementariedade inadequada do serviço: manter o paciente mais tempo internado, solicitação excessiva de exames, tratamentos muitas vezes mal indicados… é o moto perpétuo de problemas na saúde privada que, no final das contas, continua entregando uma forma errada de assistência ao paciente .

Ao nível do SUS, o gargalo para acesso ao serviço terciário se torna maior, uma vez que a taxa de esvaziamento hospitalar é baixíssima. Esse represamento gera gastos estratosféricos em todas as esferas da saúde, sobrecarga de serviços e cronificação de situações que seriam sanadas se atendidas no tempo adequado.

Ao nível do SUS, o gargalo para acesso ao serviço terciário se torna maior, uma vez que a taxa de esvaziamento hospitalar é baixíssima. Esse represamento gera gastos estratosféricos em todas as esferas da saúde, sobrecarga de serviços e cronificação de situações que seriam sanadas se atendidas no tempo adequado.

Pensando fora da caixa: os cuidado híbridos

Criar um programa de observação em casa é uma saída simples que, combinando consultas presenciais e telemedicina, é possível fazer com que o sistema de saúde possa atender esses pacientes com segurança em casa.

Veja como:

Um pronto socorro identifica um paciente que normalmente seria internado no hospital para observação e ocuparia um leito. Se esse paciente atender aos critérios estabelecidos pelo programa de vigilância remota, eles iniciam o acompanhamento já no pronto atendimento e o paciente é enviado para casa. Estruturados com uma central de telessaúde, é feito um acompanhamento pela equipe multidisciplinar conforme cada perfil de paciente.

Além desses casos que passaram pela consulta do PA e gerariam “internamento de observação”, os médicos hospitalistas também pode incluir aquele paciente internado que ficaria um ou dois dias a mais somente para o acompanhamento final, aguardando resultado dos exames ou para avaliação de resposta a um novo tratamento.

Com o auxilio de uma central de vigilância, na qual toda a equipe de saúde pode participar, é feito a observação digital em casa desses pacientes que se enquadram no programa. Usando a telessaúde e, em alguns casos, profissionais de visita domiciliar (Tec. enfermagem / Enfermeiro), servidos de equipamentos multiparamétricos, o atendimento ocorreria com segurança no conforto da casa do paciente por meio de uma visita domiciliar que é transmitida em tempo real para a central.

O profissional da saúde que permanece no local, pode ajudar em certos aspectos da avaliação clínica que às vezes não podem ser feitos por vídeo de telemedicina, como auscultar e realizar avaliação física do paciente, podendo ir além, como coleta de exames laboratorias e administrar medicamentos intravenosos e orais, caso necessário.

Não é um serviço de Home-care, mas sim, uma extensão do atendimento hospitalar de forma híbrida, podendo ser usado no lugar da admissão do paciente no pronto-socorro em um leito de observação hospitalar e na alta antecipada. Em um programa como esse, todos os aspectos assistenciais básicos poderiam ser contemplados em até 5 dias.

Cuidado híbrido é cuidado seguro

Esse sistema de observação em casa é um programa simples que mostra como, por meio de uma combinação de consultas presenciais e telemedicina, o sistema de saúde pode atender uma boa parcela de pacientes com total segurança na questão assistencial em casa.

Sinais de possível sucesso

  1. Manter o paciente em casa, ao invés do pronto-socorro
  2. 2. Redução das taxas de readmissão em 30 dias
  3. 3. Mitigação do problema relacionado a não adesão ao tratamento, um dos principais causadores de reinternamento.
  4. 4. Aumento da capacidade de atendimento dos hospitais de forma virtual, com crescimento no faturamento, e ROI expressivo.
  5. 5. Aumento de disponibilidade de leitos de pronto socorro e internamento para casos mais complexos.
  6. 6. Por meio da coordenação do programa de telemedicina em conjunto com as visitas presenciais, pode-se entregar qualidade assistencial em casa.
  7. 7. Uso racional de recursos, tornando o programa mais sustentável

‌ Quanto mais o perfil dos pacientes é conhecido pela instituição, mais fácil é fazer campanhas efetivas e oferecer serviços que, realmente, atendem o seu público. O hospital digital exige mudanças importantes nesse sentido, e é preciso existir uma sinergia com a revolução digital na saúde para que os seus benefícios sejam realmente obtidos.

E aí, o que acham da idéia?

Fonte: https://digital.futurecom.com.br/especialistas/como-aumentar-capacidade-de-um-hospital-sem-adicionar-um-tijolo